Poucos servidores e muitas filas: como a saúde de BH decaiu nos últimos anos

sexta-feira, 27 de julho de 2012 06:15 Postado por Roberto Sampaio

A política de saúde do prefeito Marcio Lacerda tem reduzido assustadoramente a qualidade dos serviços de saúde prestados em Belo Horizonte. Ao lado da deteriorização da infraestrutura de saúde da cidade, como os postos de saúde e as UPAs, tema do nosso post do dia 24 de julho, ocorrem o descaso com o cidadão e a desvalorização do servidor público municipal.

Em 2011, os servidores públicos realizaram diversas manifestações (01, 02, 03) e a campanha de reivindicações  continua nesse ano. A revisão dos planos de carreira é necessária para melhorar a qualidade da saúde na nossa cidade.  O Sindicato dos Servidores Municipais (Sindibel) apresenta como medidas necessárias a incorporação das gratificações e das bonificações no subsídio, pois, no atual plano, os vencimentos dos servidores da saúde são reduzidos em 40% quando eles se aposentam (Jornal do Sindibel de Junho de 2012, página 3).  Mas a realização de concursos para a efetivação de servidores públicos é mais urgente.

Em 2012, a prefeitura realizou somente um concurso público para a área de saúde, abrindo 1.500 vagas. Esse número é muito pequeno se comparado à demanda da cidade. Dados do Relatório de Gestão da Saúde  de 2011 mostram que dentre os 19.666 funcionários da saúde do Sistema Municipal de Saúde (SMSA), quase 3 mil são contratados e outros 3 mil são terceirizados. Essas categorias possuem, muitas vezes, menor carga horária do que a do servidor público efetivo. O resultado é um número insuficiente de funcionários,que tem reflexo na demora no atendimento e no sofrimento dos cidadãos, principalmente dos mais necessitados.

A demora no atendimento tem ocorrido em todos os setores da saúde municipal, desde o atendimento inicial até a marcação de consultas com médicos especialistas (01, 02, 03, 04). A espera para realizar cirurgias é a mais preocupante. Mais de 18 mil pessoas encontram-se na fila de espera e, caso seja mantida a política de saúde da atual gestão municipal, esse número aumentará.

Esse descaso algumas vezes resulta em morte, e a revolta das pessoas, desesperadas pelo sofrimento de algum parente ou frustradas pela espera, é, muitas vezes, externada em violência contra os funcionários da saúde, que se encontram impotentes diante do abandono da atual prefeitura. Os servidores municipais são aqueles que estão em contato direto com a população e por isso são o alvo primário de suas frustrações.

O prefeito Márcio Lacerda e seus secretários são os responsáveis pela a triste situação da saúde belorizontina. A esperança daqueles que desejam uma melhora na prestação dos serviços de saúde de Belo Horizonte é que essas insatisfações e frustrações sejam direcionadas para as urnas eleitorais e que, depois das eleições de outubro, tenhamos um Prefeito mais compromissado com a saúde e com o povo de Belo Horizonte.

Fonte da primeira imagem:
Jornal do Sindibel de maio de 2012


Fonte da segunda imagem:
Jornal o Tempo

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